sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Meu artigo sobre Black Metal no Distorção (Sistema O Dia)


Pesquisa, trabalho e paciência, durante 2 meses elaborei um artigo sobre a indumentária Black Metal, relacionando com sua ideologia, psiquê, música, e tudo que levava a construção de um vestuário tão diferenciado. O trabalho deu frutos, foi recentemente publicado na coluna Distorção do site do sistema O Dia de comunicação, voltada para temas no universo do metal, rock'n roll.
Espero poder ainda apresentá-lo em algum evento de moda. O ano de 2010 promete muitas novidades em matéria de criações minhas. Que tudo dê certo, aguardem.
.
Confira a matéria na íntegra aqui!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Moda Aberta.



“Tal como se organiza sob nossos olhos, a moda já não encontra seu modelo no sistema encarnado pela moda de cem anos”, diz Lipovetsky, ao anunciar o capítulo sobre moda aberta de seu livro: O Império do Efêmero. E de fato muitas mudanças ocorreram nesta que foi considerada uma nova fase da história da moda.
A moda de cem anos caracterizada pela alta-costura começou a dar lugar ao prèt- a-porter, “o luxo supremo e a moda separaram-se” como fala o autor. Uma produção industrial de roupas, inspiradas em tendências, cada vez mais se estabelecia, e se por um lado não tinha o acabamento da alta-costura, colocava novidades nas ruas, e mesmo que nos primeiros anos tenha sido pouco criativo, o prèt-a-porter a partir dos anos 1960 traria cada vez mais inovação.
A alta-costura não estagnou-se nos anos de transição, mas inicialmente hostil a nova forma de se fazer moda, mais a frente acabou por unir-se, lançando coleções. Paralelamente ao processo de estetização da moda industrial, o prèt-a-porter conseguiu democratizar um símbolo da alta distinção, outrora muito seletivo, pouco consumido: a griffe. Com elas já não se exaltava o nome de um criador, surgindo um afastamento das normas, os criadores já não se distinguiam de seus rivais pelo nome. A criação das griffes ajudou a igualar, mas não aboliu diferenças sociais extremas.
“O fim da preeminência simbólica da alta-costura tem por correlato o aniquilamento de sua clientela”, como cita Lipovetsky. Pois bem, agora uma maneira jovial, inovadora, individualista, foi estabelecida. As posições sociais já não eram o que se primava mostrar, e sim ser, estar jovem. Esse código juvenil também contribuiu para a igualação dos sexos, uma vez que os homens buscavam cada vez mais cuidar de si. Como o autor diz: “Homens e mulheres deixam de ter comportamentos antinômicos em matéria de cuidados pessoais e de aparência; a fase as disjunção máxima dos sexos foi superada em favor de uma democratização narcísica, e isso especialmente por intermédio do imperativo juventude.” (pág 123)
Na continuidade dessa moda aberta, deu-se cada vez mais a diversidade de criações, não havia apenas um estilo, uma tendência, “nada mais é proibido, todos tem o direito de cidadania, e se expandem em ordem dispersa. Já não há uma moda, há modas.” (pág.125). E é bem isso que se nota, uma moda plural, e foi nessa época que surgiram os anti-moda; hippies, punks, rasta, new-wave, e a moda viu-se desestabilizada com essa cultura anti-conformista jovem, mas em anos a frente até mesmo estes anti-moda puderam inspirar criações de moda, e o fazem até hoje.
Nessa caminhada, durante muito tempo as diferenças entre o masculino e feminino foram gritantes, e isso também, já seria de se esperar, foi quebrado na fase da moda aberta. Com os sporswear, vestuário de lazer de massa, as cores que voltaram a integrar os trajes masculinos, e a inclusão cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho, “a divisão enfática e imperativa do parecer dos sexos se esfuma; a igualdade das condições prossegue sua obra, pondo fim ao monopólio feminino da moda e ‘masculinizando’ parcialmente o guarda-roupa feminino”, cita Lipovetsky. (pág 130).
Todas essas mudanças culminaram no que encontramos hoje, uma moda que não precisa ser cegamente seguida, temos a liberdade de criar, misturar tendências, colocar em pouco de nós nas roupas que usamos; “o que caracteriza a moda aberta é a autonomização do público em relação à idéia de tendência, a queda de poder de imposição dos modelos prestigiosos” (pág 142).
A moda continua criativa, só que agora cada um pode escolher livremente e modificá-la, ela continua a despertar interesse e atração, mas à distância, sem magnetismo desenfreado.

domingo, 30 de agosto de 2009

O "ser" belo.


A beleza sempre foi motivo de atração desde as sociedades mais remotas, mas o que seria ser belo? Beleza é tudo aquilo que desperta prazer simplesmente em se ver, é quando olhar para algo é bom, naturalmente atrativo. Ao longo dos anos o conceito de belo foi modificado, à beleza, não mais bastava ser somente sentida, carregaram-lhe de inúmeros significados; poder, ostentação, entre tantos outros. E o modo de ver o belo, como bem sabemos é variado, pois já diz o ditado: “a beleza está nos olhos de quem vê!”. O que para um europeu, por exemplo, é belo, para uma tribo no interior da África pode ser horrível, estranho, e vice-versa.
Mas na grande maioria do nosso mundo atual, cria-se um padrão do que é beleza, do que deve ser seguido, que faz perder a essência do belo que citei no início do texto, o sentimento,o prazer, atração natural, e passa a carregar sentidos, valores que são passados para todos, mesmo àqueles que não possuem condições físicas e monetárias de se inserir nesse padrão de beleza, de moda. A mídia se mostra cada vez mais voraz na exposição e indução a padrões de beleza que não se encaixam a grande maioria das mulheres.
O que se vê são clinicas de cirurgias plásticas cada vez mais procuradas, em busca de “transformar-se” no padrão de beleza vigente. Cada vez mais mulheres com traços belos à sua maneira se modificando em cirurgias a fim de se tornarem iguais a tantas outras.
Esses valores do que é ser aceito e belo não se restringem somente ao corpo ou a roupa que seu usa, mas também ao carro, se é do ano, ao tipo mais moderno de arquitetura e decoração para a casa, aos lugares freqüentados, enfim, uma gama de fatores que podem distinguir de alguma forma a classe social,o estilo, a beleza.
Isso tudo acaba por igualar, pois todos buscam uma mesma coisa, estar inseridos num mesmo padrão, naquilo que é belo no momento. É como uma individualidade coletiva.
Ser visto, usar a roupa de marca, o acessório da moda, sentir-se belo, passa a valer quando os outros lhe vêem belo. Existe uma expectativa de aprovação constante do outro, dos que lhe observam, pois já não basta estar belo para si, precisa-se ser belo aos olhos de outrem.


FOTOGRAFIA: Nicole Tran Ba Vang.
MAIS FOTOS EM: http://www.tranbavang.com/photography/

Álcool (Mário de Sá Carneiro)

Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraiso? ...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eternizo?

Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
E só de mim que ando delirante-
Manhã tão forte que me anoiteceu.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Indiviualidade num mundo coletivo.


A atuação do social sobre o corpo e a forma de vê-lo, de conceituá-lo é a grande marca da cultura sobre a materialidade humana. (Valéria Brandini). Ou seja, só não nos basta o corpo em si, precisamos cobri-lo de artefatos que o modifiquem, individualizem, passem alguma informação a mais para o mundo.
Estas características podem ser observadas desde muito antes de nossa era atual, mas focadas em um outro contexto, na Grécia antiga, por exemplo, as roupas tingidas eram sinal de classe social baixa, já as estampadas denotavam riqueza e poder. A roupa já transmitia informações sobre o indivíduo antes de qualquer outro meio.
Nos dias atuais existe uma maior variação nas opções e formas de "se mostrar" ao mundo como de determinado grupo, classe social e/ou estado emocional, dentre outros tantos significados que a vestimenta, a indumentária usada pode carregar. A aparência nos mostra o que é aleatório e ao mesmo tempo dá coerência a totalidade. É a relação do homem com o meio, em sua forma simbólica que pode ser lida na aparência, como descreve Valéria Brandini.
E esse termo "moda" hoje pode ser de fato usado, pois como sabemos moda vem de modo, mudança. Então moda é esta constante mudança do turbilhão de informações que o vestuário pode transmitir. Fato que em sociedades anteriores não se concebia pelo fato de que mudanças no vestuário praticamente não ocorriam, não eram significativas. Via de regra, as sociedades anteriores ao Renascimento.
E esse fenômeno "moda" instituiu um comércio que a todo instante se renova e digamos impões sua incorporação em nossas vidas, de maneira algumas vezes sutil, outras até mesmo discriminatórias; "se você não consome, você não se integra ao grupo". E esse tipo de comportamento é frequente num sistema onde quem tem mais pode mais ou em muitos casos "vale" mais.
A moda tem o poder de conceber a beleza sob a forma de um paradoxo: por um lado, a imagem do desejo, da sedução, da atração, do sexo e, por outro lado instrumento de poder das elites, das classes sociais superiores que a utilizam como signo de distinção, nem sempre esteticamente aprazível, mas sempre soberba, audaciosa, arrogante. (Valéria Brandini).
Temos o poder de mudar, construir um corpo na esperança e crença de sermos únicos, sendo que estamos todos fazendo parte de um mesmo fenômeno, a "moda", seja ela global, a de tribos ou grupos sociais, sempre estaremos vivendo dentro de algum parâmetro.
E sempre estamos nos construindo, agregando novos valores e substituindo outros, e muitas vezes somos vistos como mais um na multidão, quando para nós somos seres singulares e que possuímos algo diferente dos demais.
E principalmente na nossa pós-modernidade com culturas e valores aglutinados, o conceito de beleza pode ser múltiplo, variável. E cada vez mais a moda se afirma, as mudanças e a efemeridade se mostram, e o capitalismo sustenta e se nutre das novidades e re-novidades do consumo de produtos de moda.
O ser humano é um animal que vive em sociedade, precisa dela, mas está sempre se auto-afirmando individual, único, especial. A busca pela individualidade é inerente a humanidade, este é um paradoxo que cada dia se mostra mais real.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Lágrima de Sertanejo


Chuva no sertão,
é lagrima de sertanejo
quase como um solfejo
no meio da provação.

Homem forte, o vaqueiro
Lá está ele em seu cavalo
Vestido no seu gibão

Hérois anônimos, pejos
Cara Preta, Né de Sousa
E outros tantos que se vão

Chuva no sertão,
é lagrima de sertanejo
quase como um solfejo
no meio da provação

Na Batalha do Jenipapo, ou na Guerra dos Balaios,
foram deles, honorários, roceiros, vaqueiros bravos,
o sangue a se derramar.

- Bianca Cordeiro Lessa -

terça-feira, 7 de abril de 2009

Pagan Poetry (Poesia Pagã) - Björk




Pedalando entre as correntes escuras
Eu encontro uma cópia fiel
uma impressão triste,
de prazer em mim

Lírios pretos girando totalmente maduros
Um código secreto esculpido
Lírios pretos girando totalmente maduros
Um código secreto esculpido

Ele oferece... um aperto de mão
Cinco dedos entortados
Eles formam um modelo
ainda a ser descoberto

Na simplicidade da superfície
lírios pretos girando totalmente maduros
mas há uma cova mais escura em mim
É poesia pagã
Lírios pretos girando totalmente maduros...
Poesia pagã!

Códigos,
Sinais de código morse
Eles pulsam e me fazem despertar
de minha hibernação.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Cogumelo I


Sorrindo até mostrar suas gengivas
Grávida de si mesma
Ela não sabe o que fazer.

Uma promessa
Enfim pôde ver
Com tanta gente vazia
Ela é o centro das atenções

O perfume das rosas,
parece não ser o mesmo
Estamos todos acostumados,
mas ela não sabe o que fazer.

É difícil explicar,
o que não se consegue entender.
Chorando até dilatar suas pupilas
Esperando por um descanso,
sempre.

domingo, 5 de abril de 2009

Uma direção.


Existem coisas em mim que não consigo suportar,
elas batem e batem na minha cabeça, sem dar trégua.
Me fazem passar noites sem dormir. Decisões a tomar, rumos a seguir, uma infinidade de coisas. "coisas"

E a vida sempre surpreende, renova valores, remexe opiniões. Um verdadeiro turbilhão. E a coragem as vezes falta, esmorece. Mas a vontade de seguir, e transbordar a si mesmo sempre está ali, inquieta, esperando a dose certa para se manifestar.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Vide-bula.



Meus pulsos não estão feridos,
eu não uso uma coroa,
mas eu sei o que ele quer.
Posso suspirar eternamente.

Abutre insano
Deixe-me caminhar
Somos mais que isso
Está no manual,
Vide-bula

Não ressucitei ainda
mas estou sangrando pelos pés,
de braços abertos.

Passei entre eles
não olharam para mim.
Eles não sabem o que fazem.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

2009 começa.

Passei pra Comunicação Social, Hab em Jornalismo e Relações Públicas na Universidade Estadual do meu Estado, e na Federal, pra Design de Moda. uepa!