domingo, 30 de agosto de 2009

O "ser" belo.


A beleza sempre foi motivo de atração desde as sociedades mais remotas, mas o que seria ser belo? Beleza é tudo aquilo que desperta prazer simplesmente em se ver, é quando olhar para algo é bom, naturalmente atrativo. Ao longo dos anos o conceito de belo foi modificado, à beleza, não mais bastava ser somente sentida, carregaram-lhe de inúmeros significados; poder, ostentação, entre tantos outros. E o modo de ver o belo, como bem sabemos é variado, pois já diz o ditado: “a beleza está nos olhos de quem vê!”. O que para um europeu, por exemplo, é belo, para uma tribo no interior da África pode ser horrível, estranho, e vice-versa.
Mas na grande maioria do nosso mundo atual, cria-se um padrão do que é beleza, do que deve ser seguido, que faz perder a essência do belo que citei no início do texto, o sentimento,o prazer, atração natural, e passa a carregar sentidos, valores que são passados para todos, mesmo àqueles que não possuem condições físicas e monetárias de se inserir nesse padrão de beleza, de moda. A mídia se mostra cada vez mais voraz na exposição e indução a padrões de beleza que não se encaixam a grande maioria das mulheres.
O que se vê são clinicas de cirurgias plásticas cada vez mais procuradas, em busca de “transformar-se” no padrão de beleza vigente. Cada vez mais mulheres com traços belos à sua maneira se modificando em cirurgias a fim de se tornarem iguais a tantas outras.
Esses valores do que é ser aceito e belo não se restringem somente ao corpo ou a roupa que seu usa, mas também ao carro, se é do ano, ao tipo mais moderno de arquitetura e decoração para a casa, aos lugares freqüentados, enfim, uma gama de fatores que podem distinguir de alguma forma a classe social,o estilo, a beleza.
Isso tudo acaba por igualar, pois todos buscam uma mesma coisa, estar inseridos num mesmo padrão, naquilo que é belo no momento. É como uma individualidade coletiva.
Ser visto, usar a roupa de marca, o acessório da moda, sentir-se belo, passa a valer quando os outros lhe vêem belo. Existe uma expectativa de aprovação constante do outro, dos que lhe observam, pois já não basta estar belo para si, precisa-se ser belo aos olhos de outrem.


FOTOGRAFIA: Nicole Tran Ba Vang.
MAIS FOTOS EM: http://www.tranbavang.com/photography/

Álcool (Mário de Sá Carneiro)

Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraiso? ...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eternizo?

Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
E só de mim que ando delirante-
Manhã tão forte que me anoiteceu.